segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pequena Abelha - Chris Cleave [Resenha]


Livro: Pequena Abelha – The Other Hand

Autor: Chris Cleave

Tradutor: Maria Luiza Newlands

Editora: Intrínseca

Ano: 2010

Nota: 5 máscaras do Batman

Sinopse da Editora: Não queremos lhe contar O QUE ACONTECE neste livro. É realmente uma HISTÓRIA ESPECIAL, e não queremos estraga-la. AINDA ASSIM, você precisa saber algo para se interessar, por isso vamos dizer apenas o seguinte:

Essa história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma dela precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa...

Depois de ler este livro, você vai quere comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como a narrativa se desenrola.


Este é um daqueles livros que te derrubam no chão e não param de chutar a sua cabeça até sua concepção de vida mudar, e seus velhos conceitos serem expurgados na forma de uma hemorragia nasal. De qualquer forma, acatando a solicitação da sinopse resolvi não falar da história diretamente. E do que vou falar então? Se eu não posso descrever o quadro então falarei das tintas e dos pincéis. Que tal?

O livro tem foco narrativo em primeira pessoa, que alterna entre duas personagens, eu já havia visto (lido na verdade) algo similar no livro “Meu Nome é Vermelho” de Orhan Pamuk (vencedor do Nobel de literatura de 2006), e excetuando estes dois livros, não li outros que adotem essa dinâmica.

Os personagens são tão absurdamente reais que você quase pode tocá-los, os degrades em tons de cinza estão todos ali. E muito por está habilidade de Chris Cleave de pintar personagens críveis, que você teme pela segurança das protagonistas.

A trama, embora simples, é bem tecida. Os pontos de virada e as motivações de cada personagem movimentam a história sem a lentidão arrastada dos livros clássicos, no entanto, não há aquela correria vazia dos livros atuais.

Agora não tenho muito mais o que falar sem dizer algo diretamente da história, mas só para deixar um gostinho, colocarei aqui um breve trecho (que não revela nada sobre a trama, fiquem tranquilos) que é um dos meus preferidos e por coincidência é da PÁGINA 17 do livro:

Nas pernas escuras da moça, havia muitas cicatrizes brancas pequeninas. E pensei: Será que estas cicatrizes estão no seu corpo inteiro, como as luas e as estrelas de seu vestido? Achei que isso também seria bonito, e peço lhe que faça neste instante o favor de concordar comigo que uma cicatriz nunca é feia. Isto é o que aqueles que produzem as cicatrizes querem que pensemos. Mas você e eu temos de fazer um acordo e desafiá-los. Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser um segredo, porque acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: “Eu sobrevivi”.

Um comentário:

  1. O livro chuta a sua cabeça a cada página que é virada e quando você pensa que já terminou começa tudo de novo. Outra coisa é a sequencia que o livro tem, no começo é bem estranha, mas no fim, você percebe que é fantástica e que não poderia ser escrito de outra forma...

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