sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

As Portas da Percepção - Aldous Huxley [Resenha]


Livro: As portas da percepção/Céu e inferno - The Doors of Perception/Heaven and Hell
Autor: Aldous Leonard Huxley
Tradutor: Osvaldo de Araújo
Editora: Globo Livros
Ano: 1954
Nota: 4 doses de mescalina [1 a 5]
Sinopse da Editora: Este volume reúne dois dos ensaios mais importantes de Aldous Huxley sobre os efeitos da ingestão de drogas alucinógenas e as implicações mentais e éticas desta percepção humana, revelando a profunda dicotomia do autor que, ao buscar iluminações místicas inacusáveis pelo pensamento racional não esconde seu inconformismo com as limitações do corpo humano.




Elefantes voadores, hipopótamos bailarinos e relógios derretendo. Definitivamente “As portas da percepção” não é sobre estas coisas.

Em uma casa cercado de música e obras de arte, Huxley ingere mescalina. Assessorado de perto por seus amigos e pela esposa, ele documenta suas percepções.

Seu relato acurado, casa perfeitamente com a citação do poeta William Blake: "Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito”.

Segundo o autor, a razão filtra a realidade. Onde o cérebro sobrepõe o mundo percebido com símbolos. A mescalina derruba este filtro, então o mundo se apresentar tal como é. Com todos seus detalhes e cores.

Um parágrafo da obra:
“Quando me levantei e pus-me a andar, eu o fiz com toda a naturalidade, sem erros de apreciação sobre a posição dos objetos. O espaço ainda estava ali; mas havia perdido sua primazia. A mente se preocupava, mais do que tudo, não com medidas e lugares, e sim com a existência e o significado.”

Como não fazer um paralelo com Sartre? “A existência precede e governa a essência”.

Longe de ser uma apologia as drogas, munido de argumentos muito bem edificados, Huxley discute magistralmente os limites da percepção humana, mas sem divagações vazias sobre especulações místicas.

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