domingo, 29 de janeiro de 2012

Sangue Quente - Isaac Marion [Resenha]


Livro: Sangue Quente - Warm Bodies
Autor: Isaac Marion
Editora: Leya
Lançamento: 2011
Nota: 4.5 Zumbis filósofos [1 a 5]
Sinopse da editora: A VIDA É COMPLICADA QUANDO SE ESTÁ MORTO! GRANDE APOSTA MUNDIAL! R é um jovem vivendo uma crise existencial ¿ ele é um zumbi. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a ¿vida¿ de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.

Quando vi a capa do livro o que me assustou foi um comentário da Senhorita Crepúsculo falando que o livro era bom, isso da medo, mas passado o susto inicial, é um livro de zumbi e não de vampiros, então vamos lá.
Já tinha visto zumbi que corre, que pula que anda devagar, que aprende, que nada, mas zumbi que filosofa sobre ser ou não ser é a primeira vez. De maneira caricata e debochada, o autor procura nos olhos cinzas de um zumbi uma visão diferente de um apocalipse. Mostrando como eles sobrevivem, prosperam e tentam levar uma vida melhor. Tá bom, eu sei que um zumbi não poderia, teoricamente, sobreviver ou mesmo viver, mas é exatamente nisso que o livro difere de tantos outros, o zumbi é o personagem principal e é por ele que eu exploro o mundo.
Ouvi falar do livro no Podcast Matando Robô Gigante e a recomendação foi muito bem vinda.
O desenrolar da trama é envolvente e conseguiu prender totalmente a minha atenção, cada novo acontecimento é totalmente crível e muito bem amarrado, é tão bem contado e detalhado que você acredita em coisas que vão de encontro com tudo o que você pensava sobre zumbi.
Eu gostaria de saber mais sobre os Ossudos, uma forma de vida estranha que possuí uma outra maneira de pensar e agir, porque agiam daquela forma, como chegaram naquele estado bizarro e porque diabos fundaram uma igreja/culto!!!
O livro é muito bom e recomendo para todos que gostam da temática, só não sei se o livro me deixou mais suscetível a morrer em um ataque zumbi ou mais perto da verdade por trás dessas mentes em avançado estado de putrefação...

"Nunca gostei daquela diferenciação. Ela é Viva e eu sou Morto, mas gosto de pensar que ambos somos humanos. Pode me chamar de idealista se quiser."

E aí, você concorda com zumbis apaixonados ou ainda acha que zumbi bom é zumbi morto??

A Peste - Albert Camus - [Resenha]

Livro: A Peste - La Peste
Autor: Albert Camus
Editora: Best Bolso
Lançado em: 1947
Nota: 3 Ratazanas [1 a 5]
Sinopse da editora: Romance que destaca a mudança na vida da cidade de Orã depois que ela é atingida por uma terrível peste, transmitida por ratos, que dizima sua população. É inegável a dimensão política deste livro, um dos mais lidos do pós-guerra, uma vez que a cidade assolada pela epidemia lembra a ocupação nazista na França durante a Segunda Guerra Mundial. A peste é uma obra de resistência em todos os sentidos da palavra. Narrado do ponto de vista de um médico envolvido nos esforços para conter a doença, o texto de Albert Camus ressalta a solidariedade, a solidão, a morte e outros temas fundamentais para a compreensão dos dilemas do homem moderno.

Este livro me foi recomendado pela Camila e assim como, em cavalo dado, não se olha os dentes, não parei para olhar a capa e nem refletir muito se iria ler ou não o livro, comecei a ler e pronto. Imagine a cidade que você mora atualmente sendo isolada do mundo por causa da peste, ninguém entra e ninguém sai. Imagine todos os moradores sendo tomados pelo medo da morte, saudade dos entes que ficaram de fora, pela tristeza dos dias intermináveis...
Neste ambiente febril as pessoas se comportam de maneiras diferentes e o livro trata exatamente de um relato das atividades que ocorreram em uma cidade tomada pela peste.
A trama de desenvolve de maneira bucólica e rebuscada, por vezes se demorando em detalhes menores e marcando o passar vagaroso e arrastado do tempo na cidade enclausurada.
O personagem que eu gostaria de saber se sobrevive ou não é um senhor de idade avançada que tinha como hobby atrair a atenção de gatos e escarrar nos mesmos, quando estes chegam perto o suficiente.
O livro fala sobre esperança, morte, saudade e me fez pensar o que é realmente importante de se ter na vida, de se guardar, de se perder tempo buscando. Como eu enfrentaria um isolamento sem tempo determinado para acabar, que hábitos continuariam, quais novos seriam criados?
Eu enlouqueceria de medo da doença ou seria uma alma caridosa que ajudaria os necessitados? Me isolaria mais ainda do mundo ou tentaria viver cada dia como se fosse o último?
Leia o livro [ou não] e comente aí, o que você faria?