domingo, 28 de setembro de 2008

Festival do Rio 2008 - Sleep Dealer (Sleep Dealer)

Depois de assistir Sleep Dealer pensei em vários filmes de ficção cientifica futuristas, e algo estranho me veio a mente, vários deles são baseados em futuros previstos a muito tempo atrás. Quer exemplos?

  • Blade Runner, Minority Report, O Pagamento e Homem Duplo são filmes baseados em livros do Philip K. Dick, só pra ter uma idéia de como são antigos esses livros, o escritor morreu em 1982.

  • Os 12 Macacos é baseado no filme francês La Jetée de 1962.

  • Matrix é baseado (não somente) em Neuromancer de 1984 e 1984 de 1949.

  • O Homem Bicentenário e Eu, Robô são livros do Asimov de respectivamente 1976 e 1950.


Claro que existem vários filmes futuristas originais, como a série "O Exterminador do Futuro", mas todos eles têm algo em comum, acabam por ser um futuro que não reflete o rumo que a tecnologia tomou desde então. Algumas excessões existem, por exemplo Filhos da Esperança, mas são poucas.

Só pensar um pouco para ver que esses filmes têm basicamente a mesma estrutura de futuro, uma forte inspiração em seres inteligentes, onde a inteligência artificial é algo tão perfeito que imita perfeitamente, ou quase, os seres humanos.

Já em Sleep Dealer é diferente, temos um filme baseado numa premissa de um mundo tecnológico, mas não como o futuro pensando antes da década de 90, vemos um futuro que pode estar até bem próximo, onde a água é um recurso extremamente precoiso, e por isso caro. A rede de informação (internet?) possibilita pessoas trabalharem longe de onde estão fisicamente (coisa que já acontece comigo), as pessoas vivem nessa rede (o que já acontece com alguns) de uma forma intensa.

Mas ainda vemos o mundo real, pessoas na pobreza, apesar da rede ser ilimitada (em todos os sentidos) ainda existem os limites geográficos, as fronteiras entre países, entre outras coisas que o futuro não vai conseguir mudar.

É baseado nesse ambiente que o filme mexicano se passa, e consegue discutir diversos aspectos culturais, sociais e até tecnologicos com metaforas interessantes do que o nosso presente pode ser tornar no futuro. Está tudo lá, as interações sociais virtuais, os blogs e os possíveis problemas de privacidade que eles podem causar, a falta de fronteiras no mundo virtual versus as fronteiras geográficas e culturais, entre outras coisas.

Não é a toa que este filme ganhou os dois prêmios de roteiro do festival de Sundance deste ano, o roteiro é excelente, pena que por ser um filme de baixo orçamento acabou pecando em diversos pontos. A restrição orçamentária fez muito bem ao roteiro, pois acabou por arranjar soluções inteligentes e baratas para vários pontos do filme, mas a direção acabou tomando outro rumo, acabou sendo traída pelo seu tema principal, pois o filme peca por usar demais tecnologia nos efeitos especiais, e principalmente por usar tecnologia barata demais pra isso e surpreendentemente esse é um dos temas chaves do filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário